“Eu tô com saudade”, escrevo na mensagem
Não, ela não diz exatamente o que eu estou sentindo e nem consegue traduzir a ânsia de estar nos teus braços de novo, mas resume bem o fato que estamos longe. Precisaria de longas cartas pra ir dizendo e desdobrando meu emaranhado de sensações apartadas, mas os dedos digitam isso aí mesmo quase que por um espasmo.
Ouço algumas músicas aqui e não me surpreendo mais com a forma que praticamente todas falam de você. Até aquelas em que não consigo enxergar a nossa história parecem ter uma pitada de nós. Existe sempre um pouco de qualquer casal apaixonado em toda história de amor. Até nas que não dão certo. Afinal, deu muito certo até tudo dar errado.
A gente dá certo.
A gente dá pé. Você sabe que eu sou fã de analogias e fico tecendo um monte delas enquanto coloco toda essa história da gente nelas. Essa coisa de dar pé chega a ser divertida. para muitos, amor precisa ser afogamento. Para outros, precisa ser essa segurança de conseguir respirar sem medo de morrer. Pra mim? Amor é o raso num domingo de sol com você sorrindo e jogando água em mim.
Saudade é o fundo a me afogar, mas poderia ser tudo diferente.
“Eu-tô-com-saudade”, parece que tudo sai junto assim mesmo. Parece que é um sentimento apenas, mas não é. É um emaranhado caleidoscopical que ilumina as retinas do cidadão aqui de momentos felizes. E chego a lembrar das brigas só pra poder recordar cada fragmento do tempo ao teu lado. Nessa distância, nem tentar estancar a briga com um beijo eu posso.
Fica a promessa da volta, as mensagens do por enquanto, a vontade de ter teu braço numa dessas noites que acordo com o ar condicionado ligado no máximo. Ou nessas manhãs que não preciso acordar cedo, mas desperto sem o menor motivo e já me pego lembrando de você assim que abro os olhos. Fica a certeza de que, quando eu estiver aí, a mensagem que aparecerá no visor será “desce-que-eu-tô-na-tua-porta”.
E até você aparecer ali eu carregarei esse afogamento em mim.
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