Hora de Pular
Fico me perguntando se é sempre possível se jogar no Amor. Na teoria é sempre lindo. Você começa a gostar de alguém, percebe uma abertura e pronto: se joga. Se ela vai te pegar no ar já não se torna mais uma certeza, fica sempre a dúvida.
É claro que qualquer coração apaixonado vai dizer que é preciso tentar e não provar daquele gosto de arrependimento na alma. Mas, dependendo do tamanho da queda, há quem por vezes pense que era melhor não ter se jogado. Confesso que fico, sim, meio que em cima do muro tentando decidir. Apoiar.
Quando outros me contam, prefiro conhecer um pouco melhor a situação antes de dizer se “vai” ou “segura”.
Até porque não é todo mundo que banca meter a cara no chão e se levantar depois como se nada tivesse acontecido. Tem gente que ainda fica um bom tempo sentindo o gosto de sangue e os cacos do coração a rasgar o peito. O coração, todo ralado, se pergunta por que foi feito aquilo e você responde que foi por ele também. Que era uma tentativa. Que queria ser feliz apenas. Mas de qualquer forma dói.
Por outro lado, há sempre as histórias de quem tentou e deu certo. Sempre tem essas histórias. De quem se lançou e foi aparado do outro lado por alguém que já esperava de braços abertos. Conheço algumas delas que fariam você se levantar da cadeira e sair correndo para procurar por aquela pessoa. Outras que te fariam olhar pro lado e se questionar se você está vivendo algo real ou apenas se sujeitando a ter alguém em nome do que não existe.
Há (sempre) aquelas outras que são verdadeiros traumas.
Enfim, entre contos de fadas e histórias de terror, o único conselho no qual aposto é o de seguir o coração – por mais clichê que seja. Nem sempre em sintonia com a razão, é bem verdade, mas forte o bastante para segurar a barra que é gostar de alguém. A questão, então, não é estar na borda e pensar se pula ou não. O certo é se perguntar se você está pronto para todas as variáveis possíveis entre o pulo, a queda e a aterrissagem.
Amor é um salto no mistério.
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