“Me apaixono fácil”

Já recebi centenas de emails e recados no Facebook de garotas me questionando algo mais ou menos assim: “me apaixonei pelo fulano logo que o vi, depois ele não quis mais nada comigo e acho os homens uns covardes, a gente abre o jogo e eles brincam com o nosso coração, não acompanham o nosso ritmo!” Em outras palavras são pessoas que se apaixonam fácil.

Acho bem estranho quando isso acontece, pois é como se um vendedor batesse na porta de casa achando que o produto que ele tem para oferecer é a coisa mais legal do mundo e se eu rejeito (não sou obrigado a comprar) ele fica magoado, afinal tinha adorado a ideia que eu ficasse com o produto.

Não quero comparar pessoas com produtos, mas não te parece estranho o “amor” a primeira vista?

O amor é um companheirismo que se constrói ao longo de um tempo e vai sendo tecido delicadamente como aquelas rendeiras antigas que cruzam fio após fio até chegar em longos panos lindos.

Confundimos tesão, paixão , carência, angústia e inveja (travestida de admiração fanática) por amor. Amor é algo que acontece com duas pessoas reais que trocam experiências, vivências e que vão lentamente se encaixando em torno de uma história. Falamos “eu te amo” só para expressar uma intenção, uma perspectiva, mas cá entre nós, não é amor.

Portanto, quando uma mulher (ou homem) diz que se apaixona fácil e se decepciona na mesma medida ela precisa de cuidados emocionais e não um parceiro amoroso. Caso alguém caia no conto do vigário sofrerá nas mãos de uma pessoa aflita, carente e que vai depositar desastrosamente a responsabilidade da sua felicidade na mão de alguém.

Em essência essa pessoa que sofre de apaixonite crônica vai quebrar a cara muitas vezes, e é a até bom que quebre para ver se consegue olhar as pessoas para além do próprio espelho de seus desejos insaciáveis.

Conselho? Menos ego e mais amor antes de fazer apostas tão altas na hora da paquera.

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