Não deixe de ouvir Zeca Baleiro falando de amor
Zeca Baleiro engasga. Faz as paixões que estão do lado de dentro – as vividas, as passadas, as bem resolvidas (e tudo isso ao contrário) – vazarem aos olhos. É quem fala de amor como se fosse simples, de desamor como se fosse bonito, de lembranças como se fossem poesia.
Não consigo escrever nada que traduza Zeca ou chegue perto disso. Tenho um apego místico com cada canção, cada trecho. Escrever esse texto (uma gentil sugestão do Ricardo Coiro e, por isso, dedicado a ele) é quase uma catarse que acaba me engasgando ainda mais.
José de Ribamar, como foi batizado, entrou na casa de muitos brasileiros com canções belíssimas, como Telegrama, Quase Nada e Vapor Barato. Na minha humilde opinião, nada que chegue perto da sua obra que, mesmo que conhecida por muitos, sempre guarda uma surpresa.
Como não poderia ser diferente, escolhi para a já tradicional lista de sugestões aqui do Entenda os Homens apenas canções que falem de amor – ou, pelo menos, que eu assim compreendi. São versos completamente ímpares, com interpretações diferentes desse sentimento tão único e por isso tão universal.
Vamos para o play?
“De qualquer experiência, teus olhos tem o seu silêncio. No teu gesto mais frágil há coisas que me encerram e que eu não ouso tocar porque estão demasiadamente perto” (Curiosidade: este é um poema de E. E. Cummings musicado por Zeca Baleiro)
“Quando você olha, molha meu olho que não crê. (…) Quando você o que ninguém diz, quando você quer o que ninguém quis, (…) quando você faz a minha carne triste quase feliz” (Skap – Menos Sozinho)
“Vem me trazer calor, fervor, fervura. Me vestir no terno da ternura. Sexo também é bom negócio. O melhor da vida é isso e ócio”
“Ai, morena, viver é bom. Esquece as penas, vem morar comigo em Babylon”
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