O amor que somos
Longe de ti, trago comigo lembranças de coisas que fiz de olhos fechados. E, sabendo que deveria, deixei a indiferença de lado para conseguir viver esse amor. Um amor daqueles, que cativa a alma e diz que devemos amar quem se ama, não quem devemos amar.
Sem mim, lembre como és amor. E se deixe ser recordação repetida na mente de quem te amou na confusão de ser quem és. A vida nos trouxe uma solução cheio de mágoa. Mas, mesmo com riso franco, não podemos deixar de admitir que a amargura continua, como o presente céu azul, mas que, dessa maneira, escolhamos para onde encaminhar nossos suspiros.
Fique feliz, na esperança do nosso reencontro. E deixe a saudade fazer seu papel alegre de trazer o amor que há em ti. Não o amor que sentistes por mim, mas o amor que hoje ecoa num jarro que, por mais vazio que esteja, só reflete cenários luminosos e coloridos. Pois como te disse aquele dia na varanda do nosso apartamento: nem sempre somos o amor que vivemos, mas o amor que conservamos conosco.
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