O que eu vi nele
Não, ele não é todo bonito. Ou muito bonito. Eu realmente não sei se ele tem um todo bonito. Ninguém diz que tem. Mas eu vejo algo ali. Ele tem pés bonitos e quando estão gelados, conseguem ficar quentes só em passear pelas minhas pernas.
Entende como a gente combina?
Ele tem joelhos bonitos, também. Não são pontudos, ossudos. Não me machucam ao dormir. As covas das suas costas são um sol em meu gelo, confesso. Quando ele passeia pela casa, quase desnudo não fosse um short velho, cabelo feito ninho em ventania, mas com as costas ao alcance dos meus olhos eu entendo o porquê dele vive em meus sonhos.
Suas pernas peludas, também. Odeio homens que se depilam mais do que as moças. Gosto dos seus pelos – principalmente atrás das coxas.
Adoro suas coxas, também.
E o seu sorriso, é claro. Não é o mais bonito. É escandaloso. Me envergonha, às vezes. Mas quando ele sorri, o mundo se torna meu e a felicidade faz morada ali, entre a gente. Eu consigo ficar feliz e mesmo assim não tirar qualquer cara emburrada dele. Mas ele, não. Se ele sorri, me ganha sempre em gargalhadas.
Sempre.
O que eu vi nele?
Não sei muito bem.
Mas tê-lo aqui me dá uma sensação gostosa de que tudo que deu errado outrora foi para viver este momento. É até injusto, eu sei, mas antes dele, parece que o amor que dizia sentir era mera coceira no peito.
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