Os amores passam, as amizades ficam

Esse foi um ditado que aprendi há algum tempo e que entendi depois do primeiro término. Quando a gente entra numa relação acha que o Mundo é aquilo. E não tem problema você achar isso. De verdade. Problema virá no momento em que você olhar pro lado e não encontrar mais ninguém.

Durante as crises, DRs e afins, são os amigos que seguram a barra. São os ombros de pessoas cansadas de ouvirem nossos lamentos e dizerem sempre as mesmas coisas nos quais nos apoiamos. E parece que aquele tapinha nas costas maroto tem o poder de dizer “hey, não fica assim! Tudo vai se acertar”, como a mãe que assopra o machucado e diz que vai passar.

Fico meio besta até quando vejo pessoas que mergulham de tal maneira no relacionamento que esquecem suas amizades. Ou, no lado mais grave disso tudo, quem se acha no direito de controlar os amigos e decidir com quem a namorada(o) vai se relacionar. As que são “más influências” ou os que são apontados como pivôs de ciúmes e brigas precisam se manter afastados.

Como se um fosse dono do outro.

E o que começa de uma maneira simples, quando alguém diz “não gosto de ver você saindo sozinha” ou “por que você ainda é amiga desse cara?”, terminam em abuso. Terminam em prisões, em namoros que tinham tudo para serem leves, mas se tornam o pior pesadelo de qualquer menina apaixonada. Ou cara.

É uma besteira pensar que isso só acontece do lado feminino. Essa imposição, esse ciúme, esse ataque gratuito. No final, o ser humano é que parece enxergar o outro como sua propriedade, com título de “minha/meu” e tudo. Mas como disse um amigo, namorada não é um objeto, uma airfryer ou brinquedo legal que só eu posso ver, ter, tocar e deixo trancado em casa quando saio.

As pessoas são livres.

Livres até para decidirem se querem ou não continuar tendo amigos depois que começam um namoro e não cabe aqui ficar julgando as atitudes de alguém que o fez de livre e espontânea vontade. Agora, achar que você tem direito de selecionar os amigos de alguém só porque vocês começaram a se relacionar mostra apenas que você não entende nada de amizade.

E talvez nem de namoro.