Os meus olhos sentem a falta dos seus
Eu quis que o nosso mundo fosse um conto de fadas, amando o tempo todo, em todos os cantos da casa. Mas hoje eu aprendi que isso não existe. Já faz tanto tempo que você partiu e eu fiquei aqui, lambendo as feridas, como um cão abandonado na esperança fútil de que a dona “foi ali e já volta”. Agora eu tô sabendo que você não vem mais, que você até anda dançando em outro ritmo, em outros braços, com outros abraços. Ele realmente vai te amar como eu te amei um dia? Você trocou quem trocaria tudo por você. Eu queria ter forças para dar o troco, mas não sou mais que um par de moedas velhas e enferrujadas que não têm valia nenhuma.
Os meus olhos sentem a falta dos seus, o meu corpo sente a falta do seu e a minha alma sente a sua falta. A porta está aberta caso você queira voltar, contudo me disseram que enquanto eu não souber me dar valor estou fadado a ser solitário. Creio que tudo é uma questão de perspectiva. Se eu ando me arrastando por aí, implorando em mensagens pelo seu retorno, não é que eu não me dê valor. Acontece que você foi meu diamante mais precioso. Eu já fui bilionário por ter o seu coração e hoje sou um pobre coitado, mendigando por restos de uma paixão. Sem você eu fico mudo, surdo, cego e sem graça.
“Vamos dar um tempo…”, não sei quem deu a sugestão. E aquele sentimento que era passageiro não acaba mais. Como se segue em frente em um mundo tão espinhoso e repleto de gente interesseira? Ninguém me parece interessante, eu me sinto um estrangeiro. Cada noite é uma prova de que meu lugar é longe, é nos braços de alguém. Um alguém. Pois eu não nasci para ser plural. Uma pessoa estranha e deslocada como eu só pode ser uma singularidade. Tenho um jeito específico, um gosto específico, um amor muito atípico. Comigo é tudo ou nada e faz tempo demais que nada me parece certo. A única coisa que faz sentido é que meu coração foi criado para pertencer a uma pessoa só. Essa pessoa é você. Que partiu e nunca mais voltou, que me deixou sozinho e sem saber quem sou, que saiu pela porta e levou um pedaço meu.
Então é isso tudo, um resumo de um rascunho em forma de gente. Vou em frente, sigo aqui sonhando. Vou tentando encontrar algo que faça sentido, enquanto tudo que vejo não me significa nada. Eu olho, olho e não enxergo. Não consigo ver algo que me contente nesse mundo, pois no fim de tudo os meus olhos sentem a falta dos seus.
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