Estou descobrindo um mundo fora do seu

o quão triste será o dia que eu te disser que saí com uma pessoa? que permiti que ela me olhasse e segurasse em minha perna por sob a mesa. que falei algo bonito pra que ela sorrisse e eu acabasse sorrindo de volta.

e te disser que descobri um mundo fora do seu.

mais que beijar outra pessoa, eu fechei os olhos. pensei no beijo enquanto ele acontecia. brinquei com o cabelo dela, puxei sua cintura pra perto da minha. relaxei os músculos e a convidei para minha casa. minha fortaleza que só cabia você além de mim.

e se eu te contar que despi aquela mulher enquanto uma música tomava conta do ambiente e um vinho me dava coragem de me despir também. que coloquei uma luz tranquila pra que ela se sentisse tão a vontade quanto eu gostaria de me sentir.

e no dia seguinte, ou na semana seguinte, quando eu e você tivermos um encontro decorrente da saudade que jamais deixaremos de sentir e do amor que jamais deixaremos de nutrir, você me perguntará como anda a vida e eu direi: surpreendente.

direi, pela sinceridade que sempre admiramos, que saí com alguém. você, por último, cabisbaixa, vê que esse dia chegou. e não sabe me dizer o quão triste ele é. porque talvez ele sequer seja. talvez nos submergimos nessa ilusão de que nos pertencemos e nos esquecemos que sempre fomos apenas de nós mesmas.

você se preocupa que eu encontre alguém apenas pela necessidade, mas eu te direi que estou fazendo o que você sempre quis que eu fizesse: me permitindo.

me permitindo e deixando as janelas abertas para a entrada de possíveis borboletas em meu estômago.

e isso não será mais sobre você.

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