Príncipe? Não, obrigada

Ele não é um príncipe encantado, e, por todos os motivos possíveis e imagináveis. Príncipe encantado a gente passa a vida esperando e ele apareceu quando eu menos imaginava. O dito encantado salva a princesa de dragões, da bruxa e da torre alta. Ele me salvou e continua salvando de mim mesma.

Se eu fosse escolher um papel em um filme pra ele, escolheria aquele cara misterioso que sempre aparece soprando a fumaça de um cigarro. Aquele com enigmas no olhar e com um andar de vilão, mas príncipe? Não.

Com o príncipe o “para sempre” no final da história é certo. Com ele, embora eu deseje o “felizes para sempre”, tem dia que parece ser o último, mas na manhã seguinte… Tudo bem. Príncipe não xinga, não erra, não atrasa, não diz que vai fazer e não faz, não gera surpresa. É certeza de vida mansa, coração sem disritmia, dias sem sumiços, café-com-leite de segunda a segunda.

Ele? Ele xinga o jogo, o carro da frente, o time, o chefe. Fica bravo com a mãe, comigo, com o atraso no aeroporto, com “falação em sua cabeça”. E erra. Mesmo que não reconheça. Diz que vai fazer algo e esquece. Depois acaba fazendo melhor. Ele? Ah! Ele me irrita, magoa (mesmo sem querer e sem saber), me estressa e briga. Mas também me aperta em um abraço único, me faz rir, me faz bem, me faz feliz. Tem paciência (comigo) e, às vezes, ela também acaba para mim. Ele me faz esperar e desejar que a vida fosse só daqui para frente.

Então, posso ser romântica, carente, dramática e adorar contos de fadas, mas, sinceramente, prefiro esse louco desvairado que veio do conto da vida real; que é de corpo, alma, sangra e nenhuma bruxa pode fazer virar sapo. Prefiro ele que existe, e, mesmo não sendo encantado me encanta todos os dias.

Ele é melhor que um príncipe. Não tem cavalo branco, capa vermelha, coroa na cabeça, nem um palácio. Não caça, não dança valsa e não vai ser rei, mas joga qualquer jogo com uma habilidade incrível, toca gaita, violão, curte rock e adora cerveja. Fala sério?! Príncipe encantado para quê? Ele é o melhor não príncipe do mundo que podia aparecer.

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