Viúva negra [+18]

– Você tem que me ajudar aqui, tá me entendendo? Se essas pessoas descobrem que é um assassino, você vai ser deixado de lado, vão deixar você se foder sozinho, entendeu?

– Eu não tenho condições de levantar.

– Tem, sim. Você vai ser homem e nós vamos sair desse lugar hoje de madrugada.

**

Esse foi o modo que Rebeca – uma linda médica de 29 anos de idade – encontrou para tirar Pedro do hospital dois dias depois de internado. Ele havia tomado diversos comprimidos e combinado com álcool em excesso. Sua intenção era morrer. O objetivo não foi atingido.

Já no corredor do hospital, Pedro estava com os óculos escuros emprestados da médica. O objetivo era disfarçar seu olhar abatido, de quem esteve à beira da morte. Ele caminhava lentamente.

– Vamos, você consegue andar mais rápido que isso, bonitão.

O segurança do hospital fitou ambos, mas nada falou.

Já em casa, Rebeca pediu para que Pedro se sentisse à vontade. Ele apenas desmaiou no sofá. Ela estava diferente. Parecia ter esquecido os buracos que a vida recentemente abriu no seu peito.

Pela manhã seguinte o artista plástico Pedro Villa-Lobos acordou atordoado. Sua cabeça girava, seu estômago doía e ele ainda não sabia, mas durante toda a madrugada havia sido cuidado e observado por uma médica que engolia o choro a todo instante.

Acordado, foi ao banheiro e observou seu rosto machucado. Decidiu que não gostaria de passar mais tempo naquela casa. Chamou por Rebeca três vezes. Antes da quarta tentativa, foi até a porta principal e percebeu que estava trancada. Ao se lembrar que aquilo se tratava de um prédio, logo tirou da cabeça a ideia de conseguir escapar por alguma janela.

A decisão estava tomada: arrombaria a porta. Chutou a maçaneta como pôde. Sequer percebeu que seu corpo não tinha forças para aquilo. Caiu desmaiado, bateu com a nuca no chão e apagou de vez.

– Pedro, Pedro, Pedro. Acorda, cara. – E Rebeca dava tapas na cara do melhor pintor de quadros eróticos do país. Ele parecia escutá-la, mesmo estando longe, desmaiado. Gradualmente acordou, assustou-se com a figura da médica, mas logo se recompôs.

– Por que a porta estava trancada, sua maluca? Ficou doida?

– Desculpa, Pedro, eu tenho apenas uma cópia, o que queria que eu fizesse? Deixasse minha única chave com um assassino confesso que conheci há três dias? Tive que ir dar plantão e você estava há mais de quatro horas apagado no meu sofá. Médicos juraram salvar vidas, mas alguns não são tão afetuosos com gente do seu tipo. Então trate de entender que estou aqui te ajudando a se recuperar desse monte de merda que você engoliu com vodka. Cala a sua boca e deita na cama. Saiba que não vou te denunciar, só estou tentando fazer o meu trabalho aqui, ok?

Espantado com a emoção que a médica colocou naquelas palavras, Pedro decide acatar. Prefere tratar-se e depois pensar na vida, na morte, no futuro – se é que ele existe.

Alguns dias se passaram e a rotina não mudou muito até ele se recuperar completamente. Todos os dias ele ficava sem a chave do apartamento de Rebeca e parecia não mais se incomodar com isso. Entendia que sua carta suicida não seria muito bem aceita por quem quer que fosse. Sua ‘cúmplice’ havia lido, mas prometeu que sua boca era um caixão fechado.

Em uma das noites quentes de janeiro, Rebeca resolveu assistir televisão na sala. O artista dormia e ela, logo após abaixar o volume da TV, resolveu sapear os canais de filmes eróticos. O dia tinha sido cansativo, alguns dedos percorrendo a própria calcinha poderiam fazer bem para ela.

Rebeca tinha tara especial por mulheres. Poucos sabiam desse seu fetiche, mas ela sabia bem, e como sabia. Deixou em um filme recém começado. Duas amigas conversavam tranquilamente em um sofá. Em uma fração de segundos, uma delas rouba um beijo da outra.

– Sempre quis te roubar esse beijo – Diz a personagem do filme.

E as cenas que sucederam fizeram com que Rebeca erguesse um pouco seu vestido. As duas garotas eram lindas; uma loira e uma morena. As bocas se completavam em uma baile delicado de línguas se descobrindo. A loira tinha sua nuca apoiada pelas mãos da morena. Rebeca tinha o meio de suas pernas quente.

Sem que a médica percebesse, Pedro acordou e caminhou lentamente até a sala. O fez devagar. Acreditava que, naquele momento, o anjo que tanto o ajudou estaria dormindo. Para sua surpresa, quando chegou próximo do batente, pôde ver Rebeca se tocando.  Sua calcinha estava no chão, seus dedos eram ágeis e causavam o típico barulho que só uma buceta bem molhada pode proporcionar.

Ela não havia percebido a presença do artista. No filme, as duas garotas já mordiscavam o peito uma da outra. Seus bicos estavam inchados, suas bocas ocupadas, suas mentes poluídas. A respiração de Rebeca aumentava o ritmo na mesma proporção que a cueca de Pedro começava a ficar mais preenchida. Seu pau endurecia à medida que ouvia os deliciosos – e inevitáveis – gemidos que só uma mulher em chamas consegue soltar.

Apalpou seu pau por cima da bermuda e continou a acompanhar os dedos que entravam fundo dentro de Rebeca. Ele não sabia avaliar o que era mais gostoso: flagrar uma deliciosa médica se masturbando com muita intensidade ou olhar para o filme e perceber que a morena agora degustava cada pedaço do clitóris da loira.

Rebeca geme um pouco mais forte e, num gesto de auto-censura, olha para trás para tentar perceber se Pedro havia notado algo. O susto foi inevitável. Olhou para trás e se deparou com aquele homem alto e capaz de falar muita putaria pelo olhar. Ele, sem timidez, não havia tirado a mão de cima do pau. Continuou apalpando e sentindo ele duro como pedra.

– Para com isso, Pedro. Não sabia que estava acordado.

– Não paro, nem você vai parar. Continua.

– Eu fiquei sem graça agora. Pare com isso.

– Não estou pedindo. Não ouse colocar a calcinha e continue o que estava fazendo. –Pega de surpresa e excitada com a proposta, Rebeca dá um passo além:

– Porque não continua pra mim?

E o que se deu foi uma cena típica dos melhores filmes eróticos; das fodas intensas que só casais de química absurda fazem acontecer. Bocas se misturavam com líquidos de pau, de buceta; com os suores da pele. Pedro enfiava dedos, pau e pressão no corpo de Rebeca. Ela, por sua vez, sabia exatamente o que fazer com um pau duro, molhado, brilhante. O engolia por inteiro, tirava rápido da boca e sugava o saco como só as mais safadas sabem fazer. A buceta pingava, o pau explodia de duro, os corpos, quase febris, se entregavam ao tesão absurdo que escorria por cada vão da pele.

O gozo de ambos foi simultâneo. Ao ser pega de quatro no sofá, Rebeca não resistiu e começou a forçar para que aquele pau a fodesse mais fundo, mais forte. Pedro urrava enquanto batia na bunda redonda e já cheia de marcas vermelhas. Seu pau socava e dava forma àquela bucetinha rosada, melada e agora bem aberta.

– Ahhhhhhhhhhh, puta que o pariuuuuu. Vou gozar, aiiii.
– Ahhhh, eu também, continua me dando a buceta assim, sua gostosa, continua, caralho. Ahhhhh.

Ambos caíram deitados um sobre o outro. O peso de Pedro fazia pressão em Rebeca que estava abaixo dele. Demoraram alguns bons segundos antes de falarem as primeiras palavras. Esperaram a respiração abaixar seu ritmo.

– A gente não devia ter feito isso.

– Foi uma delícia.

– Não devíamos ter feito isso. Sai de cima de mim, por favor, Pedro. Sai daqui agora e vai para o quarto. Sai agoraaaaa!

Sem entender o que se passava, Pedro resolveu acatar, mais uma vez, algo que não compreendia muito bem . A médica agia estranho, mas ele parou para pensar e chegou à uma conclusão: mulheres.

Ele saiu e Rebeca desabou a chorar. Doía-lhe ter transado com um assassino e, para piorar a situação, ele fodia bem demais. Tinha feito ela gozar muito intensamente.

Na manhã seguinte, o artista não sabia, mas havia uma surpresa para ele. Seu corpo agora estava todo acorrentado numa cama.

– Rebeca? Rebeca, porra? Que merda é essa em mim? Me tira daqui. Agora.

– Calma, lindo. Isso tudo é só pra gente brincar um pouquinho. – E deitou seu corpo sobre o dele. Parecia que mais uma rodada de intensidade estava por vir. Não deu outra. Acorrentado, Pedro só tinha o trabalho de respirar e se deliciar com a língua de Rebeca. Ela batia uma deliciosa punheta para ele enquanto chupava, como se chupa sorvete, a cabeça daquele pau. Suas mãos suadas contornavam o cacete cheio de veias. Com movimento circulares ela levava o artista ao delírio.

Antes que ele gozasse, Rebeca tratou de encaixar sua buceta no meio das pernas de Pedro. Com os pés bem apoiados na cama, iniciou o agachamento que engatou mais uma foda do casal mais inusitado que poderia existir: um assassino confesso e a médica que o encontrou à beira da morte.

Conforme deslizava sobre ele, Rebeca gemia como se não houvesse vizinhos. Se esbaldava de tanto rebolar, de tanto por pra dentro um pau de tamanho muito acima da média, um pau que faria salivar 98% das mulheres que adoram cacete duro sendo socado fundo na buceta.

– Você é uma delícia, Rê. Continua assim, me mata de tesão, sua gostosa. – Imóvel, ele não podia bater naquela bunda, nem sequer segurar na cintura da mulher que tanto cavalgava sobre ele.

Para mudar um pouco o ritmo, ela virou seu corpo, empinou o quadril e sentou sobre a cara de Pedro. Com a língua ele tinha fácil acesso a tudo; inclusive ao rabinho daquela mulher. Sem pestanejar, ela logo tratou de voltar à chupar. Engoliu tudo enquanto tinha sua buceta explorada por uma língua que sabia a direção correta pra cada movimento. Uma língua de alguém que sabia: quem se importa com as consequências perde metade da diversão na cama.

Antes que a porra jorrasse do pau, Rebeca tratou de voltar àquilo que mais lhe dava prazer: ser fodida. Percebendo que estava prestes a gozar, rapidamente abriu as pernas e voltou a montar em cima dele. Seu rebolado indicava algo: gozaria sem precedentes. Ela gemia forte conforme o clitóris esfrega na virilha de Pedro e a buceta era arrombada com mais um metida forte, agressiva, rápida.

O ápice de ambos – novamente – veio simultâneo. Ele esporrou todo seu desejo dentro de Rebeca. Ela, dominada pelo tesão, adorou sentir a porra quente escorrer por dentro de si.

Dessa vez, ao término do prazer, ela não foi rude. Abriu as algemas que o prendiam à cama e deitou-se ao seu lado. Olhava pra cima como quem sente-se saciada com o corpo mas devedora com a consciência. Talvez um sinal de paixão proibida gerando seus primeiros conflitos.

**

– Natália, não seja sem vergonha, pode fazer favor de aparecer já com meu tamanco. – Eis que a pequena sai marchando por trás da cortina. Rebeca ri com as palhaçadas da irmã. Ambas se divertem juntas. O sorriso de uma não se parece com o de outra, mas se tinha uma valor forte naquela família, era a união. Natália, com cinco anos, liderava a bagunça que divertia Rebeca de oito. Abraços fortes e sonhos esquisitos eram a maior característica daquela família. Os sonhos de ambas eram tão reais.

**

Passados dois dias das primeiras relações sexuais do casal, a convivência entre ambos estava insuportável. Olhavam um para o outro com um misto de admiração e desprezo. Pedro era um assassino frio e inteligente; Rebeca era louca, bipolar, agressiva. Aquilo a perturbava demais. Não conseguia conviver em paz consigo mesma.

Quando ele pegou no sono profundo, Rebeca começou a algemá-lo novamente. Seus pulsos e canelas estavam sendo muito bem presos à cama. Algo dessa vez parecia dizer que a aventura não seria tão sexual.

Conforme acordou, percebeu, mais uma vez, as correntes o prendendo. Pedro excitou-se e chamou por ela.

– Lindaa, acordei. Vem cá, vem. – E não obtinha resposta.

– Rê, estou aqui; vem de lingerie que tô doidinho. – Novamente não houve resposta alguma.

– Rêee, psiuuu, mulher. Cadê você? – Silêncio.

Alguns bons minutos se passaram até que ele parasse de chamar por ela. Rebeca resolveu aparecer por conta própria. Ela estava na sala enquanto os gritos do artista ecoavam pelo apartamento.

– Rê, que bom que você apareceu, me desamarra daqui. Até perdi o tesão com esse susto todo.

– Não.

– Não o quê?

– Não te desamarro.

– Como assim?

– Você agora ficará algemado até a hora que eu decidir que deve sair daí.

– Tá maluca?

– Calado. Se falar algo rude, gritar, ou qualquer outra porra, eu chamo a polícia na hora. Estou com a sua carta de despedida, não se esqueça. Esse sentimento que tenho dentro de mim é a pior coisa que já me permiti nutrir. Eu olho pra você e imagino algo bonito ao seu lado; mas olho pra mim e me sinto suja ao cogitar permitir que você saia livre dessa. Você é um assassino e eu não vou foder a minha mente com pensamentos bizarros.

Os gritos de Pedro foram altos quando percebeu que a coisa era séria. Seu olhar era de desespero quando Rebeca amarrou sua boca e o impediu de berrar e chamar a atenção de vizinhos.

Durante todo o dia ela não o permitiu se alimentar. Tinha decidido deixá-lo sem comer. Não tinha coragem de matá-lo, mas tinha peito para deixá-lo morrer por conta própria.

Na sala, ela chorava e olhava fotos. Suas lembranças eram doloridas, sua mente estava a mil. Havia cogitado tomar whisky até não aguentar mais, porém essa não era uma opção sensata. O lado ruim e o bom conflitavam nos pensamentos dela. Sua culpa a estava corroendo.

No meio da madrugada Pedro havia desistido de se debater. Inevitavelmente pegou no sono. Rebeca entrou no quarto com um prato de sopa na mão. Sentou-se na cama e acordou o artista. Ele estava com os olhos fundos; ela desamarrou o pano que envolvia a boca dele, que nada falou, apenas ficou quieto e observou a médica lhe dando colheradas de sopa quente. Seu corpo agradecia e tremia ao mesmo tempo.

Terminada a pratada de canja, Pedro não disse obrigado, Rebeca não disse por nada. Ela atirou longe o prato, e desatou a chorar. Tirou uma faca de baixo do pano de prato e, antes que o desesperado artista pudesse falar muito, foi atingido por três golpes de faca no coração.

O sangue jorrava enquanto o corpo ia lentamente se entregando às furadas e perdendo suas forças. Rebeca estava coberta de sangue, Pedro estava sem vida. Com os olhos revirados, ainda abertos.

Ela não tinha planejado se apaixonar pelo assassino da irmã. Natália havia sido morta pelas mãos cruéis de Pedro. Rebeca estava investigando há certo tempo. Quando decidiu invadir a casa do homem para buscar pistas, o encontrou caído no chão, tendo uma overdose de medicamentos e vodka.

Ao lado do corpo quase sem vida, estava uma carta suicida: Rebeca tinha nas mãos a prova do assassino. Decidiu usar de estratégia e, antes de qualquer coisa, o levou ao hospital. Não sme antes esconder a carta. Ao chamar a ambulância, disse que havia encontrado seu vizinho inconsciente.

Quando Pedro ainda estava internado, Rebeca decidiu que o sequestraria. Colheria provas suficientes de que aquele homem realmente teria assassinado a irmã. Depois o entregaria à polícia.

Rebeca havia devolvido todo o caos que percorreu seus pensamentos. Os olhos expulsavam lágrimas como um duto furado expulsa produtos tóxicos no mar. Seu rosto e seu corpo, lavados de sangue, escondiam o que havia por dentro. E não falo de alma, de espírito; falo de útero. O sexo descuidado com Pedro havia atrasado a menstruação de Rebeca. Um exame de farmácia havia indicado positivo para gravidez. Antes de assassinar o pai do próprio filho, ela pensou:

– Vai ser muito difícil daqui pra frente.

E foi.

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