Você tá fazendo um jogo comigo?
Não, este não é mais um meme, um mene, uma brincadeira. Não é uma piada. Ou melhor, até poderia ser, mas já perdeu a graça. Triste, tudo isso que a gente perde de viver por escolher manter as relações com joguinhos, não é? Eu acho. Eu sinto. Sinto muito, muito mesmo. Sinto pena por precisar abrir mão de você. Por abrir mão de uma pessoa que não se garante, que não confia no próprio taco a ponto de se valer de meras táticas, desses 10 passos para conquistar alguém.
Olha, francamente… Cá entre nós, não tem essa de quem falou por último espera o outro puxar papo. Assunto. Não tem essa de dar um gelo para você pirar. Para você me desejar. Para você enlouquecer e me querer a todo custo. Não, não faça jogos. Não perca a oportunidade de mostrar a alguém o quão bom ou boa você é, só porque dizer “não” ao primeiro convite para um encontro é, digamos assim, tecnicamente mais seguro para manter a pessoa atraída por você.
Não somos animais selvagens atraindo as presas para o abate. Não somos iscas. Não estamos brincando de caçar. Pelo menos, não eu. Mas se você quiser, é um direito teu, só… Não brinca comigo. Não brinca de fingir que não me quer para a tua rejeição me fisgar. Eu não sou desse tipo. Enjoo fácil, preciso te alertar. Ou melhor, nem é enjoo, é nojo mesmo. Tenho nojo de gente que acha que jogar xadrez e amar alguém são a mesma coisa. Amar não, isso vai além. Gostar! Querer. Desejar. Tanto faz. Tanto fez entre a gente.
Pensei em tantos filmes com ótimas criticas, em tantos restaurantes, cafés, adoro a fatia de torta de um lugar, a pizza do outro, você gosta de sushi? Deixa pra lá. Você não me deu espaço para te mostrar quem eu sou, como sou, do que gosto, do que penso, o que quero para a minha vida, os meus desejos profissionais, talvez, quem sabe, até… Sexuais? Ah, saquei. Era isso o tempo todo? Será mesmo que a gente precisa banalizar as relações a ponto de só enquadrá-las ao sexo? Desculpa, mas… Eu quero mais para mim.
Eu quero alguém que me dê a chance de me encantar. De entender suas qualidades, de tentar ajudar a minimizar os defeitos, que me faça querer passar por cima deles, já que, para a nossa sorte, ninguém é perfeito. Eu quero um relacionamento sadio. Que me traga paz, que me deixe em paz. Eu não quero jogar. Isso não é um Candy Crush do amor. Ops, tá aí. Crush. Eu não quero ser teu crush. Queria ser teu namorado.
Sabe o que é namorar alguém? Estar enamorado? Eu não estou falando stalkear, não estou falando combinar os nossos signos e só depois que eles derem macth pensar qual o melhor lugar para irmos. Quero alguém que tope desafiar, comigo, as leis da astrologia, da física. Que role química. Empatia. Disposição.
Francamente… Cá entre nós… Já somos maduros o suficiente para vivermos amores e relacionamentos de verdade. Para sabermos lidar como pessoas sensatas com os encontros, desencontros, com as ocasiões e sentimentos da vida. E não, eu não estou te pedindo, sei lá, para esperar dois dias e puxar papo. Não estou dizendo que é para você correr atrás de mim. Não quero, de forma alguma que você me mande indiretas nas tuas redes sociais…
Eu queria você. Simples assim. Mas você não entendeu o tempo verbal errado. Queria. Passado. Passou. Não quero mais. Porque eu não sei lidar com quem me vê como uma carta no baralho. Eu não sei ser pião, dama. Eu sou de carne e osso. Sou para um sorvete ou um almoço, mas não para joguinhos baratos. Esses eu baixo no celular. Desses eu só espero um passatempo. De você, esperava muito, muito, muito mais.
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