3 temas do Papo de Segunda que deveriam ser de todo dia

Homens falando sobre sexo a gente encontra em qualquer esquina. Comentando sobre política, também. Um rindo do outro não é difícil e às vezes um papo sobre sentimentos até que rola, mas é só algum estranho se aproximar que o assunto vira a partida do Corinthians. Difícil é encontrar quatro caras que aceitem falar disso tudo, junto, ao mesmo tempo e agora. E de uma maneira inteligente, respeitosa e engraçada. Tão difícil que só agora, em 2015, estreou o Papo de Segunda (segundas-feiras, às 22h, no GNT).

A escalação do programa não poderia ser melhor. Marcelo Tas é, talvez, um dos primeiros visionários da internet no Brasil e íntimo conhecedor de cinema e política. Léo Jaime é um dos poetas mais inspiradores da música brasileira (embora o compositor, muitas vezes, não seja tão valorizado quanto deveria). Xico Sá é ele: genial, ácido, poético, incrível, indescritível. João Vicente é o contrário do estereótipo do cara bonitão – não faltam amarras e referências no fundador dos Porta dos Fundos.

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Sou fã assumida e de carteirinha do programa, que chegou ao 10º episódio esta semana. E listei, com muita dificuldade, 3 temas abordados por eles que deveriam ganhar tempo nas discussões nossas de cada dia, e não só na segunda.

1) Pessoas-esponja

Todo mundo conhece alguém que se “inspira” tanto no outro, que acaba virando uma cópia. E quando namora, que acaba tendo a sua personalidade se fundindo com a outra e passa a gostar de coisas que nunca gostou?

Xico Sá confessou que na conquista ele faz coisas que não fazem parte da sua personalidade e João Vicente definiu: o ideal é que dos dois mundos se faça um terceiro. Léo Jaime comentou sobre a imitação como uma forma de homenagem e sobre os perigos de querer ser o outro (o assassino de John Lennon, lembrou, era fã dele).

Motivos para falar disso com seus amigos: porque o mundo vive numa crise de identidade.

2) Vitimismo

“Minha vida é uma droga”, “meu trabalho é horrível”, “ele não me ama”, “sou burro”. Quem nunca ouviu alguém que adora se fazer de vítima? Quem não se sente uma vítima das circunstâncias de vez em quando?

João Vicente revelou a técnica para não ser chato: se faça de vítima em casa. Sofra, chore. Mas em casa, sozinho. Vítima pra dentro, tranqüilidade pra fora. Xico Sá falou sobre a anistia que a mulher dá a qualquer homem que diz que está indo para a terapia. Léo Jaime comentou sobre aqueles que utilizam da carta de “eu pago meus impostos” para justificar seus erros.

Motivos para falar disso com seus amigos: o mimimi vai dominar o mundo se não falarmos.

3) Amor é pra gastar

“Tudo bem que não dá pra dizer eu te amo em suruba”, começou Xico Sá no papo sobre amor. Os quatro discutiram sobre o “eu te amo”, que às vezes é tabu e às vezes é exagerado. O último tema do primeiro episódio rendeu. João Vicente disse que a responsabilidade do eu te amo existe, mas não quer dizer que seja guardado apenas para momentos raros. Léo Jaime concluiu: o ódio a gente filtra, o amor não. A crônica, brilhante como sempre, de Xico Sá, é um capítulo a parte.

Motivos para falar disso com os seus amigos: às vezes a gente não diz o que sente, sentindo muito. Espalhemos o amor!

Crônica do Xico:

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