Às vezes a gente só precisa tomar um ar

Tava aqui toda atrapalhada fazendo oração pra São Longuinho e procurando uns documentos que eu perdi na bagunça de 2016 quando de repente entrou mó ventinho gostoso pela janela do quarto.

Nunca fui da turma que aplaude o pôr do Sol e confesso que eu piro mesmo é num ar-condicionado ligado, mas juro pra vocês que eu estava precisando daquele ventinho.

Tá um baita calor do capiroto e cês tão ligados que procurar papelada em caixa velha é uma saga que só serve pra castigar o ser humano pelos pecados cometidos nas vidas passadas, né? A poeira sobe; o nariz coça; o olho se irrita; o suor escorre pela testa e você fica lá tentando secar o suor e coçar o olho com o cotovelo porque a mão já tá toda cinza de encostar em certidão de nascimento.

Meu cabelo já estava soltando do coque da faxina e entrando no olho esquerdo e tudo o que eu precisava naquele momento, mesmo sem saber, era de um ventinho natural entrando pela janela…

Ventou gostoso e o olho parou de arder, a coceira do nariz aliviou, o suor deu uma secada e eu coloquei as ideias no lugar e tive a brilhante ideia de lavar as mãos e prender o cabelo de novo. O ventinho deu uma renovada no meu ânimo para continuar a saga!

Estava lá lavando a mão, fechei a torneira e entrei numa viagem de pensar que esse é o mesmo ventinho da cura que entra pela janela do carro e impede que minha irmã vomite em mim todas as vezes em que a gente desce para a praia. O ventinho produzido pela mesma natureza que já fez a banana embalada; a uva em porções e o pé com os dedos, que obviamente servem para ajudar a pegar as coisas que caem no chão.

Entrei numa viagem de pensar que eu fico rindo das fotos com legenda de gratidão mas até que o papo da gratidão faz sentido mesmo.

Natureza danada sabe das coisas!

Agora deixa eu voltar pras minhas caixas porque eu já fiz até adiantamento de pulinho e ainda não achei meus documentos não…

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