Eu queria que você ficasse

Eu queria que você ficasse até a próxima cerveja, até o próximo pôr do sol, até a próxima viagem, o próximo filme da Marvel, até amanhã e depois de amanhã e assim por diante.

Eu queria que você ficasse para que eu pudesse te falar de medos bobos, te contar sobre o meu dia, ouvir você falar sobre o seu trabalho que eu não entendo e sobre o jogo do Cruzeiro que você nunca perde.

Eu queria que você ficasse para que a gente tivesse mais tempo, mais história, mais risada, mais vitória, mais calma (porque eu sou ansiosa por dois, né?), mais pele, mais filme no sofá, mais casos compartilhados em uma mesa de bar.

Eu queria que você ficasse porque eu te amo muito. E, te deixar ir, seria difícil demais. Eu sei, eu juro que eu sei que tem hora que é melhor deixar ir, desapegar, soltar da corda que machuca os dedos, parar de insistir. Eu. Sei. Eu sei demais.

E eu queria não saber que o melhor é te deixar ir, mesmo que doa, porque já está doendo do jeito que está. Reconhecer o fim é difícil porque não estamos acostumados a ele. Vivemos achando que nada tem fim ou esperando que não tenha um fim. Somos esperançosos por natureza. E é por isso que, por mais que eu saiba que o certo é te deixar ir, eu queria que você ficasse.

Eu queria que você ficasse só mais um pouco, até o sol nascer, até eu pegar no sono, até o filme que está passando na TV acabar, até… Até mais.

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