O amor é um ato de coragem em um mundo repleto de covardes
A grande verdade é que tememos o amor, essa declaração pode soar meio estranha, mas me parece muito verdadeira. Vejo três tipos de realidades, três tipos de comportamentos e talvez três tipos de covardia:
1° Estamos tão trancados em nós mesmos que não sabemos mais sair, por causa dos traumas anteriores, das grandes cicatrizes que estão em nossa alma, simplesmente fugimos do mundo e corremos para o único lugar que pode nos acolher, o nosso mundo interior. Decoramos como se fosse uma casa nova, afirmamos para nós mesmos que estamos muito bem, que podemos passar toda essa existência sozinhos sem ninguém, mas com o passar do tempo a nossa certeza passa, tudo fica pequeno demais, sem graça demais. O mundo lá fora é enorme, mas olhamos tudo pela janela melancólica, os sorrisos vão sumindo e não sabemos mais nos comportar direito, não sabemos o que dizer para uma pessoa nova. As nossas palavras estão desnutridas e frias.
2° É quase o contrário da 1°, estamos cercados de possíveis amores, elogios em grandes quantidades, dezenas e dezenas conversas simultâneas. Redes sociais infladas, alguns encontros em que a nossa ideia é manter os laços frouxos (como bem diz Bauman) para podermos escapar e ir buscar o novo, é estranho, dizemos que estamos esperando uma pessoa especial, que nos traga aquela sensação louca de amor, mas na verdade é que estamos sempre adiando isso, sempre fechando as portas para as pessoas que querem nos amar. Depois de um tempo tudo fica tão superficial, mas não conseguimos acabar com esse vício e acabamos sozinhos em um quarto olhando para o teto pensando: O que deu errado? Covardia de mergulhar profundamente, pois desaprendemos nadar.
3° Pessoas presas em histórias de amor que naufragaram, são muitas pessoas boiando em um mar sem vida agarradas a um destroço, uma lembrança do início, onde esse amor se mostrou como uma história forte e capaz de resistir ao tempo, mas há muito tempo ela ruiu, não houve um grande incidente (traições, mentiras etc.) simplesmente o barco não aguentou. E por medo de machucar uma pessoa, machucamos a nossa vida sem piedade, serramos as nossas asas, mas nossa mente ainda deseja o céu, uma vida repleta de intensidades e amor. Não temos a rebeldia necessária o tempo nos acovardou.
O amor é para os heróis e o heroísmo é um ato de coragem.
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