O meu amor. O meu Deus. O seu amor. O seu Deus.
Pensando na vida como uma certeza única de um fim certo, vou caminhando – de touca – pela vida e acreditando em amores filtrados em ares totalmente diferentes. Não sei se o amor realmente existe, ou se tudo isso que chamamos de amor é somente carência, comodidade e respeito. Nunca vou saber. E esse é, e sempre será, o charme da vida.
Pense comigo, estamos no mundo sem saber o real porquê, vagamos entre provas de vestibular, namoricos apressados e contas de luz, mas, no fundo, sem noção do quão pequeno isso tudo possa perto de um mundo que, dia após dia, dilui os nossos trajetos de vida.
Você já parou para pensar no quão louco é acreditar em Deus? Eu não descreio na religião de ninguém, e nem quero entrar nesse mérito, até porque creio fidedignamente que seja necessário acreditarmos em algo superior – seja no que for – para que consigamos não coabitar com a própria loucura e suas dúvidas, na grande maioria inexplicáveis, que o mundo nos cospe no decorrer da vida. Mas por que em sã consciência eu amaria mais Deus – que é um ser presente de fé e não de realidade palpável – do que a minha própria mãe? Essa que, é real, que está dividindo suas verdades comigo, olhando em meus olhos e transpassando a única certeza tátil que tenho de amor nessa vida. Pois, até agora para mim, a única coisa real nesse mundo é a ligação que nós fazemos com as pessoas. Então, quando eu morrer – espero que não seja mordido por um Tubarão – e Deus me olhar com uma cara de sermão dócil, e sem pestanejar, me disser que eu deveria ter o amado acima de tudo, vou dizer com toda minha sinceridade de mundo, que então infelizmente, eu nunca soube o que é amor.
Você já parou para pensar, que talvez, Deus seja somente a essência energética da confiança em nós mesmos? Quando estamos desolados, pedimos aos céus – independente da religião – um carinho e uma solução apaziguadora, mas talvez tudo isso seja somente um degrau para jogarmos nossa confiança em um ser que julgamos ser onisciente e totalmente poderoso. Pois não acreditamos que – nós reles mortais – possamos resolver esses problemas intangíveis, e assim para nos aliviar do peso e criar corpo, jogamos a solução para um ser que dizemos que tudo pode resolver. Mas ao fundo, isso talvez possa ser somente um espelho, ou uma muleta, para a autoconfiança de superação vingar e mostrar, que sim, nós somos capazes de encontrarmos forças dentro de nós mesmos. Vai saber…
Sem mais, acredito num amor para todos nós, como também acredito em um Deus para todos nós. Ao meu ver, o amor e a crença em algo superior, é somente uma maneira de apaziguar a nossa existência aqui na Terra. Somos todas pessoas temporárias, e para evitar essa verdade tão seleta, vamos criando forças, genuínas ou não, para nos dar esperanças de termos, dia após dia, uma manhã sempre mais sorridente. Acredite no que lhe for mais conveniente e alegrador, assim deixe que os outros também façam suas escolhas.
Então entre esses meus caminhares – de touca, claro – , não sei como alguém consegue viver sem acreditar na esperança que haja um amor para todos nós. Pessoas vão e vem, na vida de todos, mas infelizmente os amores que escolhem pisar em um lado único da história, não deslindam o amor mutuo que a vida pode, e quer, nos oferecer.
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