O que nos derruba também nos fortalece

Oi, parece que você já seguiu em frente, não é? Não sei porque ainda insisto em pensar na gente, mas juro que é involuntário. Eu ainda estou aqui, no mesmo lugar que você deixou. Já tentei sair para espairecer, conhecer gente nova, mas sempre acabo voltando para o mesmo lugar. Acho que desaprendi a começar do zero uma relação, sabe? Ter que me mostrar interessante, não interessado demais, esperar cinco minutos para não parecer apressado na resposta.

Eu gostava tanto do que a gente tinha… É que, diferentemente de tudo aquilo que já vivi, ou tenho, sei lá, tentado viver agora, parecia mais real. Parecia mais sentimento. Não era uma relação banal, não era só carnal. Eu conseguia quase que sentir a sua alma tocando a minha quando a gente se beijava. Agora só sinto mesmo é a saudade rasgando meu peito como quem brinca de bem-me-quer com as pétalas de um coração que não floresce, até mesmo em meio à primavera.

E sabe o que dói? É saber que sinto isso sozinho. É saber que nem todas as noites de amor, as manhãs que acordamos juntos ou preferimos não dormir para ver o sol nascer, não foram suficientes para te manter aqui. Você precisou ir. Você escolheu ir. Você escolheu seguir em frente. Parece até que rápido demais… Mas, talvez, você tenha mais sorte do que eu. Ou frequente lugares melhores. Ou, vai, me ensina a receita para apagar da parede da memória as marcas dos nossos momentos e trocar tão rápido de – amor da minha vida.

Depois de tanta angustia, depois de tanto remoer sentimentos, a minha dúvida, é saber quando toda essa dor vai passar. Quando esse vazio que carrego aqui dentro, vai ser preenchido. Porque eu sei que vai. Não sei se por outro sentimento, lágrima ou pelas comidas que desconto a minha tristeza, mas vai.

Você me roubou muito mais do que horas de dedicação e cumplicidade. Você roubou de mim a minha paz. A minha alegria de viver. A minha estabilidade. Mas nem te culpo. Errado mesmo fui eu que confiei coisas importantes demais nas mãos de outra pessoa. De agora em diante, quando tudo voltar ao seu lugar, porque sei que uma hora isso passa, vou fazer diferente. No fim das contas, já te antecipo um – muito obrigado – por tudo isto que tem me feito passar. Vou me levantar mais forte. Custe a lágrima que custar.

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