Papo com a leitora: Larissa e o medo da solidão
Oi Fred, meu nome é Larissa, tenho 19 anos, sou de Goiânia, faço faculdade e sou estagiária de fotografia, minha eterna paixão. Recentemente passei por um Deus nos acuda imenso, e gostaria de compartilhar isso com você. Bem, vamos lá!
Em meio ao caos de fim de semestre, rolava um romance a distância na minha vida (eu em Goiânia-GO, e ele em São Paulo-SP), ao qual a gente fantasia logo nos primeiros meses se vai dar certo, se a distância atrapalha, como vou contar para as pessoas que estou enrolada com alguém que nunca toquei… Enfim, a ingenuidade de uma apaixonada toma conta. Em meio a tanto papel, tanto trabalho e tanta coisa acontecendo, uma notícia me pegou de jeito: ele diz que precisa falar urgentemente comigo! Ai meu pai, o que será?
Éramos solteiros, sem nenhum compromisso um com o outro, mas pelas conversas, fotos, noites a fio em chamadas do Skype, sentíamos uma conexão muito estranha, uma coisa que nos fazia quase sentir um ao outro, que me fazia quase sentir o beijo que ele me mandou naquela noite de romancezinho ‘tchau meu amor, durma bem’, ou o abraço que a mãe dele mandou enquanto corria para ir ao banco. Mas a distância se assegurava de atrapalhar os planos. Ele acabou por se envolver com alguém que morava perto, quase do ladinho. Meu sexto sentido me dizia “Acabou, não tente mais nada. Acabou!”. Mas em momentos de desespero, quem escuta a si mesmo né?
Quando recebi a notícia de que ele estava a pedindo em namoro, meu mundo caiu, e uma pergunta surgiu: o que tem de errado comigo? Será que vou ficar sozinha? Será a solidão a minha futura esposa? (risos). Joguei o celular do outro lado da cama e abri o notebook, afim de desviar a atenção. E o primeiro post que aparece na minha timeline foi o texto do Senhor Frederico Elboni, publicado em fevereiro, com o seguinte título “Solidão não pede coração vazio”. E aí eu desabei. Fiquei pior que criança quando perde o pirulito — mas não perdi a classe, claro.
Lendo o texto, percebi que talvez seja verdade, e que talvez a solidão venha ser a minha esposa. Claro que, como já dizia a música “é que um carinho as vezes cai bem”. Quem é que não gosta de um chamego, de um cafuné, de um recadinho de “bom dia” todo amoroso, de um abraço sendo mais que abraço, de um beijo ganho do nada com carinho e doçura? Todos gostamos! Mas e quando você é mais feliz com seu eu, do que com os outros? E quando um chute te faz pensar em tantas coisas, que você chega a conclusões tão intensas, que dá até vontade de abraçar o indivíduo? Foi aí que eu percebi que solidão nada mais é, que a nossa melhor companhia.
Então, eu só tenho a agradecer a você Fred, por ser o responsável pelo pequeno click na minha consciência e por “bater e beijar” no meu machucadinho. Às vezes a gente precisa disso para acordar pra vida. Obrigada por ajudar a ser feliz.
Obrigada Fred, beijos.
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Resposta sensual (mesmo não sendo sensual gosto do termo)
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Oi Larissa, tudo bem???? – to colocando várias interrogações para parecer cool haha!
Sabe, acho uma delícia e engraçado as preocupações que vocês mulheres – nem todas, claro – têm. Ainda mais tão novas quanto você. Sinto como se vocês fossem morrer com 30 anos, como se a vida só existisse até os 30 e, se por uma eventualidade, não fossemos completamente felizes até os 30, não seremos nuuuunca – drama – mais. Mas, a vida é tão linda depois dos trinta, quarenta… Quanto mais velho fico, mais gosto de ganhar anos de vida. Minha maturidade, minha calmaria, meus sonhos se realizando, isso tudo é tão gostoso…
Pode ter certeza que dos seus 19 até seus 25 tudo irá mudar. Seus sonhos – alguns não haha –, seus medos, suas vontades, suas companhias. Tantas coisas irão acontecer. E a vida é realmente assim: as coisas acontecem. É isso. Só isso. Ou tudo isso, vai saber…
Resumindo, não faça tantas perguntas. Ainda mais as que somente o destino poderá responder. Deixe acontecer – naturalmente hahaha! Seja leve, estude, não guarde rancor, seja franca com todos e a vida conspira ao teu favor. E, sempre que possível, aceite tudo com o coração, pois, quando aceitamos com o coração a gente ri do que passou. E rir, sempre será o segredo. Eu acho.
Grande beijo, Fred!
PS: E para animar e tirar esse clima triste vou colocar uma foto de um filhote de Ornitorrinco (que é o animal maaais legal do mundo hahaha)!
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