Se lembrar de celebrar muito mais

O trânsito é um inferno, a dieta aumenta o mau humor, se espremer o jornal sai sangue, o chefe impôs uma meta maluca, o namorado não deu atenção que queria, o amigo sumiu, os pais não entendem. A lista de reclamações das pessoas é muito grande. Reclamamos o tempo todo, de tudo. Quando foi que perdemos o hábito de celebrar?

Comecei a pensar nisso quanto uma amiga me contou que o marido se propôs um desafio: por 28 dias, agradecer por tudo. Está no trânsito? É porque você tem um carro. Está enlouquecendo no trabalho? Se não existissem clientes, você não teria um emprego. Tudo. Absolutamente tudo. O objetivo, segundo ele, é perceber como temos motivos para agradecer.

Aí, fui a um espaço religioso e ouvi de uma pessoa muito sábia que eu precisava aprender a agradecer pelo passado e pelo futuro. E não me mandou rezar. Disse apenas que eu pensasse em como as coisas aconteceram de maneira bacana, de como tenho pessoas especiais – aquela que me levou lá, inclusive.

Daí pensei: formaturas são importantes, casamentos são incríveis. Mas a vida não é feita disso. Quando foi a última vez que você ligou para uma pessoa querida para dizer que estava com saudades, que ela a fazia bem e agradecer por tê-la na sua vida?

Reclamamos demais. Valorizamos mais o que não nos satisfaz. Se temos uma conquista e dois problemas, eles tomam mais o nosso tempo. Se terminamos um namoro, optamos por sofrer ao invés de agradecer por termos vivido aquilo. Choramos mais pelo leite derramado pelo consumido.

Mas pensei por aqui que só por hoje, poderíamos pensar em “celebrar muito mais”. Tem uma janela aí? Vai lá até ela, olhe pra rua e tente ver um pouco de poesia. Pense que em cada uma das centenas de milhares de milhões de pessoas que passam pela calçada, existem problemas e existem soluções.

Todo mundo tem motivos pra reclamar, mas todo mundo tem muito mais motivos para agradecer. Duvida? É só pensar. “Ser essência é muito mais”.

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