Talvez eu precise ser um pouco mais egoísta… e tudo bem!
Talvez esse ano que passou tenha me ensinado a ser um pouco mais egoísta. Egoísta sobre o meu tempo, os meus sonhos, os meus sentimentos, a minha mente e, principalmente, sobre mim mesma. Talvez eu tenha gastado muito tempo tentando consertar aquilo que não tinha mais solução. Há a chance de eu ter querido juntar papéis picotados que o ventilador espalhava ou pedido desculpas por coisas que fugiam do meu controle.
Talvez eu tenha perdido tempo em uma tentativa vã de explicar o que eu sentia, quem sabe até de tentar entender aquilo que o coração assimilava tão facilmente. Quem sabe eu tenha sido complacente demais com o sentir dos outros e esquecido de cuidar da minha casinha interior. Talvez o meu erro tenha sido desejar aquilo que não tive ou implorado por pessoas que não me mereciam.
Não foi fácil. São tantas pedras que aparecem, tantas certezas que se transformam em dolorosas dúvidas, tantos choros disfarçados de sorriso. É, não foi fácil. Mas se não foi fácil para mim, sei que também não foi para os outros inúmeros sonhadores do mundo. Eu me ralei, mas me forcei a colocar um band-aid na alma e seguir. Com minhas marcas, minhas cicatrizes e a esperança de que uma hora ou outra as coisas estariam em um prumo melhor.
Demorei muito tempo para entender que sou um preço que vale a pena ser pago; se outra pessoa não for capaz de entender isso, melhor que ela realmente não queira ficar e poupe o nosso tempo. Demorei, mas percebi que prefiro elogios ao meu cérebro a minha beleza, que sou o vinho tinto no jantar e não um cachorro quente na barraquinha da esquina. Eu tenho certezas recheadas de medos, mas sem espaço para a desistência. Eu sou uma alma repleta de sonhos e em busca de caminhos que me façam a chegar até eles.
Talvez eu tenha perdido muitas pessoas nesse processo todo. Pessoas que eu pensei jamais poder viver sem, com a falsa sensação de que me davam tudo aquilo que eu precisava. Não nego, insisti para que ficassem. Quem disse que é fácil se desfazer de uma amizade de anos? Quem falou que consigo diminuir minhas expectativas? Quem aí consegue tornar simples o adeus a um amor que jurou ser para sempre?
E sabe o que conclui de tudo isso? Que tudo bem! Ok! Não há motivo de desespero e histeria por elas não estarem mais aqui ao meu lado. Aprendi a não implorar que alguém voltasse para mim, porque para as pessoas certas eu nunca teria que me submeter a isso, elas simplesmente estariam ali sem qualquer hesitação. Então sim, todas essas pessoas me deram a mais linda das lições que eu poderia ter tido nesse ano. Eu demorei, mas entendi que tudo que eu precisava estava exatamente em mim.
E que nesse ano eu continue a aprender. Que eu seja sim um pouco egoísta quando precisar defender a mais genuína versão de mim mesma.
Que eu aprenda a amar o mundo me amando.
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