Uns dias viver, noutros sobreviver

Tem dias que tudo que a gente precisa é de alguma coisa que anime. Ou alguém que nos coloque pra cima. Talvez seja por isso que amigos se tornem tal fundamentais em nossas caminhadas e amores se provem muito mais que alguém que dividem um relacionamento.

Companheirismo é algo inestimável. Até porque, ter ao lado alguém que aguente as suas crises é uma prova de sentimento verdadeiro. Quantas vezes você mesmo não deixou de falar com alguém ou se aproximar de um conhecido por já saber do histórico de reclamações? Tem gente que parece viver num mundo sadomasoquista em que a única coisa que vale é competir com as outras pessoas ao redor pra ver quem já se estrepou mais na vida. Ou quem está mais na merda, como aquela brincadeira que o Deadpool faz com a namorada no filme. Não, eu não acho que você tenha que guardar tudo que se passa contigo.

Defendo a ideia de que uma vez ou outra é necessário “explodir”, mas isso pode ser na academia, numa corrida, numa arte marcial. Num esporte, defendo. Não em forma de briga com os outros nem descontando na comida. Mas ainda assim eu sempre entendo quando alguém diz que acabou comendo um chocolate, tomando uma cerveja ou mandando o chefe pra PQP numa hora de raiva. Ou de puro desânimo. O mais engraçado? É que esse momentos são necessários. Muito além de provar quem segura as barras com a gente e quem corre do nosso lado, eles também nos mostram como a Vida é feita de altos e baixos mesmo e que aprender a viver nessa montanha-russa é imprescindível para se estar de verdade aqui.

Quem muito prega que está tudo bem e vive as mil maravilhas, acaba sempre escondendo alguma coisa no final. E, convenhamos, perfeição não existe. No final de um dia estressante ou que simplesmente queremos que acabe, chegamos sempre à conclusão de que existirão outros dias, outros momentos e outras oportunidades para sermos felizes. Se depois de toda felicidade absurda sempre aparece algo que te joga pra baixo, pode apostar que o contrário também acontece. Não há mal que dure para sempre. Não há dia que não acabe e traga com outro Sol a possibilidade de melhorarmos. Uns dias viver, noutros sobreviver. E é assim que o baile segue.

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