Vontades que explodem no meio do bar
Desviou daquela presença e na volta desviou de novo para não levantar suspeitas porque ela mesma já suspeitava de algo e suspeitando era muito provável que fosse.
Olhou. E olhou de novo para ter a certeza de que não era nada. E não era mesmo. Só um nariz grande que eu heim. Um cabelo quebrado que afe Um discursinho meio cruzes! Barriguinha de cerveja até. E uma boca bonita que puta que pariu que boca bonita como nunca tinha notado?
Abraçou mas teve a delicadeza de oferecer o mais supérfluo dos abraços. Aquele com quatro tapinhas na omoplata que tem o objetivo de dissolver quaisquer profundas intenções mas é como um tiro no pé porque sempre quer dizer o oposto tá? Abraçou frouxo pra não pirar com as consequências de um abraço bom que se preze.
Cruzou as pernas como mocinha honesta. Não disse muito obrigada. Travou o sorriso. Abandonou a palavra porque vai que pra ligeiro entendedor qualquer palavra basta. Também permitiu que o vinho tinto fizesse as vezes do batom nos lábios e dentes. Tirou inclusive os sapatos para reforçar o chulé. E discursou com concordância errada que não se lembra mais qual era nem se estava errada mesmo. Amordaçou alguns beijos daí pra frente e amarrou a língua no poste só pra deixar bem claro. E evidentemente negou com um ahã quando lhe perguntaram se não mesmo.
Lutou. Lutou. E quando cansou lutou mais um pouquinho. Depois foi dormir debaixo da imagem da santa com as pernas obviamente sanduichando um travesseiro.
Sonhou melado e doce com momentos que vou te contar: só com elas. Só com elas
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